sexta-feira, 18 de setembro de 2009

como funciona uma celula

Como funciona uma célula?
A célula é a menor unidade estrutural de todos os organismos vivos. As bactérias, por exemplo, são formadas por uma única célula e por isso são consideradas organismos unicelulares. As plantas são organismos pluricelulares, pois possuem muitas células. No interior de cada célula existem estruturas encarregadas de garantir sua respiração, nutrição, movimento e, se necessário, sua divisão. As células podem ter muitos formatos e tamanhos. A gema do ovo da galinha é uma célula arredondada e pode ser vista a olho nu. Mas precisamos de um microscópio para ver as células da pele humana, muito pequenas e prismáticas. As células nascem, crescem e morrem.




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1. Toda célula tem uma mãe
As células foram observadas pela primeira vez em 1665 (século XVII) pelo cientista inglês Robert Hooke. Ele percebeu que a lâmina fina de cortiça que examinava ao microscópio era formada por pequenas câmaras, às quais denominou células, por lembrarem as celas de um favo de mel.
No século XIX, os biólogos alemães Theodor Schwann e Rudolf Virchow formularam os três postulados (enunciados que servem de base a uma teoria) da teoria celular: todos os seres vivos são formados por uma ou mais células; a célula é a unidade anatômica e funcional dos seres vivos; toda célula procede de outra preexistente, isto é, possui uma célula-mãe.


Estrutura da membrana.
Clique na imagem para ampliá-la A cortiça é a parte exterior da
casca de algumas árvores. É
formada por um tecido poroso,
leve e impermeável. A parede
de suas células está impregnada de suberina, uma substância que faz com que sejam impermeáveis. À direita, o desenho das observações feitas por Hooke da estrutura
celular da cortiça, publicado em Micrographia (Londres, 1665).



2. As células têm diversas formas e tamanhos
A forma das células é decorrente da pressão exercida por outras células e das funções que
executam. Desse modo, as células podem ter forma estrelada (a célula nervosa), bicôncava
(a célula de um glóbulo vermelho do sangue) ou prismática (a célula da epiderme [a camada
exterior] da cebola), entre numerosas outras formas. O tamanho das células é muito variável
e oscila entre os poucos micrômetros de uma bactéria até os centímetros da gema dos ovos.


3. Os orgânulos celulares
Os orgânulos celulares são estruturas localizadas no citoplasma que realizam funções específicas:

Membrana plasmática: envoltório que seleciona a entrada e a saída de substâncias da célula.
Retículo endoplasmático: conjunto de tubos, canais e sacos membranosos por dentro dos quais
circulam substâncias fabricadas pela célula. Pode ser liso ou rugoso (com adesão de ribossomos).
Complexo de Golgi: conjunto de saquinhos membranosos, achatados e empilhados, cuja função
é armazenar substâncias fabricadas pela célula.
Ribossomos: grânulos responsáveis pela fabricação das proteínas celulares. Podem ser
encontrados livres no citoplasma ou aderidos às membranas do retículo endoplasmático.
Mitocôndrias: bolsas membranosas onde ocorre a respiração celular.
Lipossomos: saquinhos membranosos que contêm enzimas digestivas. Digerem partículas ou
estruturas celulares desgastadas pelo uso.
Centríolos: cilindros de paredes tubulares relacionados com o esqueleto da célula e com os
movimentos celulares. Ausentes em células de plantas superiores (angiospermas – plantas com flores).
Peroxissomos: bolsas membranosas (semelhantes aos lipossomos) que contêm alguns tipos de
enzimas digestivas que degradam as gorduras e os aminoácidos. Uma dessas enzimas, a catalase,
decompõe a água oxigenada (H2O2), prevenindo lesões oxidativas da célula.



Bactérias
(Escherichia coli).



Glóbulo vermelho

Neurônios


Células da epiderme
de uma cebola


O formato das células costuma
estar relacionado com as funções
que desempenham. A forma
bicôncava do glóbulo vermelho,
por exemplo, possui uma superfície
maior para captar o oxigênio nos
pulmões e também para dispor de
mais elasticidade no momento de
passar por capilares com diâmetro menor.


Núcleo celular durante
o período de repouso
entre a primeira e a segunda
divisão por mitose (a intercinese). Durante a intercinese, os
cromossomos não são visíveis.






Durante a divisão celular, os
centríolos deslocam-se individualmente para os
pólos da célula como parte
de um processo longo e
complexo: as fases da mitose.


4. O comando genético da célula
O núcleo da célula organiza e controla as atividades celulares. No núcleo estão alojados os cromossomos, pequenos bastões que guardam a informação genética (conjunto das características genéticas próprias de cada indivíduo) e cujo aspecto varia ao longo do ciclo celular (conjunto de todas as etapas pelas quais passa uma célula durante a sua vida). Quando a célula está em repouso, os cromossomos podem parecer uma massa emaranhada de filamentos, chamada cromatina. Quando a célula está se dividindo, adotam a forma característica de bastão.


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5. As células dos vegetais
Além da membrana celular, as células vegetais possuem uma parede formada por celulose. No citoplasma da célula vegetal existem os cloroplastos (orgânulos essenciais à realização da fotossíntese que contêm a clorofila, pigmento verde que a torna possível) e alguns vacúolos (orgânulos esféricos cheios de água e muito maiores que os encontrados nas células animais). A parede celular dá proteção e rigidez à célula e continua existindo mesmo depois que esta morre. As células vegetais podem armazenar amido como fonte de reserva energética.


6. As células dos animais
As células animais têm um orgânulo chamado centríolo, formado por dois túbulos dispostos perpendicularmente entre si, inexistentes nas células de vegetais superiores (angiospermas – plantas com flores). Sua missão é colaborar na divisão celular e formar os cílios e flagelos.
Para lembrar:

Diferentemente das células vegetais, as células
animais não possuem parede celulósica e, em
vez de armazenar amido, guardam glicogênio
(energia) nos músculos e no fígado.








7. A nutrição nas plantas
As plantas são organismos autótrofos. Isso significa que são capazes de fabricar a matéria orgânica que necessitam para a própria nutrição a partir de água, dióxido de carbono e sais minerais. Esses compostos atravessam sua membrana celular e quando atingem o interior da célula (cloroplastos) transformam-se em matéria orgânica por ação da fotossíntese. Isso se torna possível devido à energia solar. As algas e algumas bactérias também são organismos autótrofos. A fotossíntese é realizada nos cloroplastos com desprendimento de oxigênio. Consiste na síntese de substâncias orgânicas para satisfazer às necessidades da célula vegetal mediante a fixação do gás carbônico do ar pela ação da energia solar. A clorofila desempenha papel indispensável nessa transformação (absorção da luz).


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8. A nutrição nos demais seres vivos
Os organismos heterótrofos são incapazes de produzir matéria orgânica para alimentar-se. A única forma que têm para obter alimento é retirando-o do meio ambiente. A seguir, esse alimento é distribuído por todas as células (circulação) e convertido em moléculas simples graças à intervenção de alguns orgânulos celulares (mitocôndria – respiração). Depois, os produtos residuais dessa transformação, como dióxido de carbono, água e restos nitrogenados (uréia, ácido úrico), são eliminados.
Para lembrar:

Os fungos, os protozoários e os animais
são organismos heterótrofos.
9. A mitose
A mitose é um processo de divisão celular pelo qual, a partir de uma célula denominada
mãe, aparecem as células-filhas, com informação genética idêntica à da célula-mãe.
Primeiro, acontece a divisão do núcleo e, logo depois, ocorre a divisão do citoplasma.
Apesar de ser um processo contínuo, a mitose pode ser descrita em quatro fases:
a prófase, a metáfase, a anáfase e a telófase.
Antes de iniciar a mitose, cada cromossomo faz uma cópia de si mesmo, para
depois dividir-se igualmente entre as células-filhas. Desse modo, cada célula herda
a mesma informação genética.

A interfase é o período de
repouso da célula entre
uma mitose e a seguinte.
Nesta fase, a célula
duplica seus cromossomos.

Na metáfase, surge uma
estrutura integrada por
fibras à qual aderem os
cromossomos. Essa estrutura
chama-se fuso acromático
e vai de um extremo
ao outro da célula.

Na prófase, a membrana
nuclear desaparece e os
cromossomos tornam-se
visíveis. A cromatina
espiraliza-se e toma
a forma de um bastão.

Na anáfase, as fibras do
fuso arrastam metade
dos cromossomos até um
extremo da célula e
metade para outro
extremo, deixando-os
igualmente divididos.

Na telófase, os cromossomos
tornam-se invisíveis e
forma-se a membrana
nuclear em volta de cada
núcleo-filho. E finalmente
o citoplasma se divide.

Com a descamação, as células
da camada superficial da pele
vão se desprendendo sob a
forma de escamas ou membranas.
É um processo de rejuvenescimento
devido à grande atividade da mitose.







































10. A renovação celular
Nos organismos pluricelulares, a renovação celular é constante, uma vez que é preciso repor as células que morrem. A pele, por exemplo, sofre contínuas descamações (as células mais superficiais morrem e se desprendem), mas se regenera com a reposição de novas células.


Paramécio dividindo-se.
Para sobreviver, os organismos unicelulares precisam se dividir e a célula- mãe desaparece como tal.
11. Morrer para renascer
A maioria dos organismos unicelulares multiplica-se por meio de mecanismos parecidos com a mitose, como ocorre com a ameba ou o paramécio, dois organismos unicelulares pertencentes ao grupo dos protozoários. O organismo progenitor desaparece e surgem os organismos-filhos, exatamente iguais a ele.











Meiose

12. A meiose
A meiose é um processo necessário para que os organismos pluricelulares possam se reproduzir sexualmente. Consiste na fabricação de células sexuais, que possuem somente a metade dos cromossomos próprios da espécie e denominam-se células haplóides (n). Quando uma célula sexual masculina se funde com uma célula sexual feminina, origina-se um novo organismo que terá a dotação cromossômica completa (2n), a chamada célula diplóide.
A formação de novas combinações genéticas (variabilidade) é fundamental para a ocorrência dos processos evolutivos. A meiose contribui para essa variabilidade de duas maneiras importantes: numerosas combinações durante a segregação dos cromossomos homólogos (produção de gametas) e recombinações genéticas proporcionadas pelo fenômeno do crossing-over (troca de pedaços genéticos).
Se na meiose não existisse uma redução cromossômica prévia, quando os gametas se unissem o novo se teria o dobro de cromossomos comparativamente aos de seus pais e nunca chegaria a se desenvolver.

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