sexta-feira, 18 de setembro de 2009

SISTEMA NERVOSO

O Sistema Nervoso: neurônios, estrutura e sinapses.

O tecido nervoso é constituído por dois componentes principais: os neurônios e células da glia ou neuróglia, que, além de sustentarem os neurônios, participam da atividade neural, da nutrição dos neurônios e de processos de defesa do tecido nervoso. No sistema nervoso central há uma certa separação entre os corpos celulares dos neurônios e os seus prolongamentos. Isto faz com que sejam reconhecidas no encéfalo e na medula espinhal duas porções distintas, denominadas substância branca e substância cinzenta. A substância cinzenta é assim chamada porque mostra essa coloração quando observada macroscopicamente. É formada principalmente por corpos celulares de neurônios e células da glia, contendo também prolongamentos de neurônios.
A substância branca não contém corpos de neurônios, sendo constituída prolongamentos de neurônios e células da glia. Seu nome origina-se da presença de grande quantidade de um material esbranquiçado denominado mielina, que envolve certos prolongamentos dos neurônios (axônios).

Todos os estímulos do nosso ambiente causando sensações como dor e calor, todos os sentimentos, pensamentos, programação de respostas emocionais e motoras, bases neurais da aprendizagem e memória, ação de drogas psicoativas, causas de distúrbios mentais, e qualquer outra ação ou sensação do ser humano, não podem ser entendidas sem o fascinante conhecimento do processo de comunicação entre os neurônios.


Neurônios são células especializadas. Eles são feitos para receber certas conexões específicas, executar funções apropriadas e passar suas decisões a um evento particular a outros neurônios que estão relacionados com aqueles eventos. Estas especializações incluem uma membrana celular, que é especializada para transportar sinais nervosos como pulsos eletroquímicos; o dendrito (do grego dendron, ou árvore), que recebe e libera os sinais, o axônio (do grego axoon, ou eixo), o "cabo" condutor de sinais, e pontos de contatos sinápticos, onde a informação pode ser passada de uma célula a outra.

A Estrutura do Neurônio. Um neurônio típico tem quatro regiões morfologicamente definidas: dendritos, corpo celular, axônio, e terminais pré-sinápticos. A cromatina nuclear é escassa, enquanto que o nucléolo é muito proeminente. O DNA está presente na cromatina sexual, que é maior em neurônios de indivíduos do sexo feminino. A substância cromidial no citoplasma é chamada de substância de Nissl. À microscopia eletrônica mostra-se disposta em tubos estreitos recobertos de finos grânulos. Estudos histoquímicos e outros demostraram-na constituída de nucleoproteínas. Estas nucleoproteínas diminuem durante a atividade celular intensa.



Neurônios recebem sinais nervosos de axônios de outros neurônios. A maioria dos sinais é liberada aos dendritos. Os sinais gerados por um neurônio são enviados através do corpo celular, que contém o núcleo, o "armazém" de informações genéticas. Axônios são as principais unidades condutoras do neurônio. O cone axonal é a região na qual os sinais das células são iniciados. Células de Schwann, as quais não são partes da célula nervosa, mas um dos tipos das células gliais, exercem a importante função de isolar neurônios por envolver seus processos membranosos ao redor do axônio formando a bainha de mielina, uma substância gordurosa que ajuda os axônios a transmitirem mensagens mais rapidamente do que as não mielinizadas. A mielina é quebrada em vários pontos pelos nódulos de Ranvier, de forma que em uma secção transversal o neurônio se parece como um cordão de salsichas. Ramos do axônio de um neurônio (o neurônio pré-sináptico) transmitem sinais a outro neurônio (o neurônio pós-sináptico) em um local chamado sinapse. Os ramos de um único axônio podem formar sinapses com até 1000 outros neurônios.


Sabe-se que neurotransmissores como a dopamina, noradrenalina e serotonina são catecolaminas sintetizadas por certas células nervosas que agem em regiões do cérebro promovendo vários efeitos comportamentais. Depois de sintetizados, estes neurotransmissores são armazenados dentro de vesículas sinápticas. Quando chega um impulso elétrico no terminal nervoso, as vesículas se direcionam para a membrana do neurônio e liberam o conteúdo, por exemplo, da dopamina, na fenda sináptica. O neurotransmissor então atravessa essa fenda e se liga aos seus receptores específicos na membrana do próximo neurônio (neurônio pós-sináptico).


Uma série de reações occorre quando a dopamina ocupa receptores dopaminérgicos daquele neurônio: alguns íons entram e saem do neurônio e algumas enzinas são liberadas ou inibidas. Após o neurotransmissor ter se ligado ao receptor pós-sináptico ele é recapturado novamente por sítios transportadores daquele neurotransmissor localizados no primeiro neurônio (neurônio pré-sináptico). A recaptura dos neurotransmissores é um mecanismo fundamental para manter a homeostase e capacitar os neurônios a reagir rapidamente a novas exigências, já que o trabalho do cérebro é constante.


Fonte: http://www.nib.unicamp.br/svol/cerebro2.html. Créditos das imagens: Silvia Helena Cardoso e André Malavazzi. Revista Cérebro & Mente.



Fontes:
http://www.nib.unicamp.br/svol/cerebro2.html
http://www.biociencia.org/morfologia/neuronioneuroglia.htm
http://www.epub.org.br/cm/n07/fundamentos/neuron/rosto.htm
Bear, M.F.; Connors, Barry W. e Paradiso, Michael. Neuroscience: Exploring the Brain. Williams & Wilkins, 1996.
Greenfield, A. A. Human Mind Expalined. Henry Holt And Company, 1996
Alberts, B; Bray, D; Lewis, J; Raff, M; Roberts, K; Watson, J. D. (1997) Biologia Molecular da Célula. Traduzido por Amauri Braga. 3.ed. Porto Alegre: Artes Médicas.
Gardner, E. (1967) Anatomia: estudo regional do corpo humano. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.
Junqueira, L.C.; Carneiro, J. (1990) Histologia básica. 7.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.
Machado, A. B. M. (1979) Neuroanatomia Funcional. Rio de Janeiro: Livraria Atheneu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário